sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Educação

Estudantes se revoltam e pedem melhorias em escolas públicas




Na escola Tancredo Neves, estudantes se mobilizaram em frente à unidade de ensino


A tarde de ontem foi marcada por protestos encabeçados por dezenas de estudantes de duas escolas públicas. Nas escolas estaduais Tancredo Neves e Presidente Costa e Silva, as aulas foram paralisadas pelos alunos que saíram das salas reivindicando melhorias nas instituições.

Na escola Tancredo Neves, localizada no bairro do mesmo nome, a manifestação foi encabeçada pelo grêmio estudantil. As faixas portadas pelos alunos manifestavam a principal reclamação: reforma na unidade. A escola possui mais de mil alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio. Eles também cobraram o pagamento do Estágio Remunerado, que foi suspenso desde o ano passado.

Segundo explicou a presidente do grêmio estudantil, Débora Caetano, a falta de reforma tem colocado em risco a vida dos alunos, uma vez que a instalação elétrica ultrapassada tem ocasionado princípios de incêndio em virtude de curtos-circuitos nos últimos meses. O último deles ocorreu na semana passada.

Ela apresentou um documento emitido pela Vigilância Sanitária Estadual, após uma visita técnica, o qual determina pelo menos 32 medidas a serem tomadas em relação ao prédio, inclusive a respeito da pintura, infiltrações, forro e rede elétrica.

O documento, datado de maio de 2010, estipulava 15 dias para as mudanças, mas nada foi feito. Antes disso, outra visita técnica do órgão já havia sido feita ao local, há três anos, quando foram determinados ajustes semelhantes. “As pessoas da Secretaria de Educação vêm aqui e sugerem que a gente tem que se conformar com o problema porque existem escolas em situação pior. Mas, se nós não fizermos nada, a situação vai continuar assim, com a vida dos alunos em risco”, desabafou a estudante.

Segundo os alunos, no ano passado foram instaladas centrais de ar que até o momento não foram colocadas em funcionamento. Enquanto isso, os alunos estão em salas de aula que possuem dois ventiladores de teto para uma média de 40 alunos. Em outras salas, alguns equipamentos não funcionam ou soltam pedaços de peças, como parafusos e porcas, durante o funcionamento.

Para a instalação das centrais de ar-condicionado, o forro foi removido em alguns locais e nunca reposto, tornando-se um ambiente propício para a proliferação de pombos, que, por sua vez, são transmissores de doenças.

O corpo docente da instituição também apoia a manifestação. O professor de História, Galvani de Lima, disse que leciona na escola há quatro anos e desde então nunca houve uma reforma geral, apenas manutenções paliativas. “A escola já enviou pelo menos 32 ofícios para a secretaria informando a situação em que está a escola, no entanto, até agora nada foi feito”, disse.

A Associação dos Estudantes de Roraima (Assoer) também apoia a manifestação. Segundo o membro Darlan Barbosa, a associação recebe reclamações semelhantes de escolas como as escolas estaduais Luís Ribeiro (Alvorada), Hidelbrando Bittencourt  (bairro dos Estados), América Sarmento (Pintolândia), dentre outras.



Ventilador cai sobre alunos na escola Costa e Silva

Os alunos da escola estadual Costa e Silva, no bairro São Francisco, também protestaram na tarde de ontem. Segundo os estudantes, a infraestrutura no local está precária e o estopim para a revolta foi o fato de um ventilador de teto ter caído sobre dois alunos da escola na terça-feira. Apesar do risco e do susto, eles não se feriram gravemente. O fato não é inédito e também já ocorreu nas escolas Tancredo Neves e Carlo Casadio, no ano passado.

Uma das vítimas contou que estava na sala de vídeo quando o equipamento despencou e atingiu os dois. “Fiquei meio tonta, mas mesmo assim não nos levaram para o hospital. Apenas disseram que chamariam nossos pais, mas a minha mãe não recebeu nenhuma ligação”, reclamou a garota.

A falta de refrigeração nas salas de aula é uma das principais reclamações dos alunos. Eles contam que por muitas vezes os professores os levam para assistir às aulas ao ar livre, debaixo de árvores, no terreno da escola, pois o calor à tarde é insuportável dentro das salas. “Só tem ar-condicionado na sala da diretora”, reclamou uma das alunas.

Além disso, a água sai quente dos bebedouros, segundo os alunos, porque a alta rotatividade de alunos bebendo água não dá tempo para que ela resfrie.

Os alunos passaram a tarde toda fora das salas de aula, protestando dentro e fora da instituição. Eles acusam ainda a gestão da escola de ter ameaçado expulsar os alunos que coordenaram o movimento, além de deixar em recuperação aqueles que aderiram ao protesto.

“Não fizemos isso para nos livrar da sala de aula ou para fazer baderna. Fizemos porque queremos assistir aula em condições dignas, e do jeito que está não dá mais”, desabafou a estudante. Eles encerraram enfatizando que se nenhuma providência for tomada, realizarão novos movimentos em prol de melhorias na escola.


Secd diz que ‘lamenta manifestações’

A Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Desportos (Secd),  por meio da assessoria de comunicação, lamentou que as aulas na escola estadual Tancredo Neves tenham sido paralisadas, o que, na visão da secretaria, acarretou prejuízo à comunidade escolar.

A secretaria informou que o processo para o redimensionamento da rede elétrica na unidade de ensino encontra-se na Comissão Permanente de Licitação (CPL) da Secretaria Estadual de Infraestrutura para as devidas providências.

Quanto à escola estadual Costa e Silva, a pasta informou que técnicos do Departamento de Logística da Secd devem visitar o prédio para que seja realizado um levantamento das necessidades na estrutura física.

A secretaria esclareceu ainda que compreende as reivindicações feitas por estudantes e professores e respeita o direito à livre manifestação, inclusive assegurado em lei, mas repudia qualquer ato de vandalismo nas instituições de ensino. 
fonte: Folha de Boa Vista

Prova de matemática do Enem revela abismo entre rede pública e privada

Diferença entre médias é de mais de 90 pontos.
Desempenho das particulares é melhor em todas as disciplinas.



A maior diferença entre as notas das escolas públicas e privadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 é em matemática. Levantamento feito pelo G1 com os números divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Ministério da Educação mostra que enquanto os colégios da rede particular tiveram média de 600,21 pontos nesta disciplina, os públicos alcançaram 509,67. As médias foram obtidas somando-se as notas das escolas e dividindo o resultado pelo número de instituições envolvidas.
A diferença de 90,54 pontos na nota média das escolas particulares em relação às escolas publicas é a maior entre todas as quatro provas realizadas no exame - além de matemática, os estudantes fizeram provas de ciências da natureza, ciências humanas e linguagens e códigos (português), e mais uma redação. A média das escolas particulares em matemática foi 17,7% maior que das escolas públicas.

A segunda maior diferença aparece em ciências humanas, seguida por português, ciências da natureza e redação (veja quadro abaixo). Em todas, as particulares tiveram melhor desempenho. Os dados são referentes às escolas com mais de 75% de participação no Enem, ou seja, o equivalente a 4.640 unidades. As diferenças, no entanto, também aparecem nos demais grupos com menos participação na avaliação.
MÉDIAS POR PROVA NO ENEM 2010 (Entre as escolas com mais de 75% de participação)
Disciplina Média país Média das escolas privadas Média das escolas públicas Diferença entre médias (em pontos)
Matemática e suas tecnologias 576,87 600,21 509,67 90,54 (17,7% maior)
Ciências humanas e suas tecnologias 585,49 602,57 536,29 66,28 (12,3% maior)
Linguagens, códigos e suas tecnologias (Português) 552,84 569,66 504,41 65,25 (12,9% maior)
Ciências da natureza e suas tecnologias 532,87 548,78 487,06 61,72 (12,6% maior)
Redação 636,56 651,37 593,81 57,56 (9,7% maior)
Fonte: Dados obtidos a partir das notas do Enem 2010 divulgadas pelo Inep/MEC
O Colégio Vértice, escola privada de São Paulo, obteve a maior média em matemática, com 811,76 pontos. A maior nota em matemática de uma escola pública é da Coluni - Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (MG), com 784,63, a sexta maior média no geral entre as escolas com mais de 75% de participação dos alunos.
Das cem escolas melhores avaliadas no ranking geral do exame, apenas 13 são públicas. A maioria está ligada à uma universidade, o que eleva a qualidade de ensino e as difere da rede regular estadual.








Pedagoga e professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti diz que os resultados refletem as diferenças de realidades entre as escolas públicas e privadas. "A escola particular prepara para o vestibular, oferece laboratórios onde os alunos conseguem vivenciar a matemática e aperfeiçoar o raciocínio lógico."
Fátima afirma que para disparidade entre as redes diminuir é preciso que, entre outras mudanças, o número de estudantes por sala seja reduzido e os docentes tenham melhores condições de trabalho. "O professor não consegue identificar a defasagem em uma sala de aula, não tem um diagnóstico [do aprendizado]. Como fazer isso em uma sala com mais de 45 alunos? O sistema o aniquila."



fonte: G1
Rodolfo Vieira

Um comentário:

  1. É revoltante uma escola pública de Boa Vista esta nesta condição, o governo recebe tanta verba para da suporte na educação, e derrepente a escola esta em péssimas condições de uso, mas não é só a educação, a saúde também esta um horror!


    Rodolfo Vieira

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